domingo, 17 de fevereiro de 2013

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2013


 
Fraternidade e juventude

Terminado o carnaval e depostas as máscaras da ilusão, precisamos voltar à realidade nua e crua do trabalho cotidiano, dos compromissos assumidos, encarar a vida com objetividade e determinação, cientes que nada cai pronto do céu. Pelo contrário, sabemos que somos o resultado das nossas opções livres e conscientes.

A Quaresma que iniciamos com a imposição das cinzas lembra a nossa fragilidade que precisa ser sustentada pela bondade divina num processo de conversão e construção continua.

As Cinzas que recebemos não é um simples pedido de bênção, mas compromisso de quem deseja viver a quaresma como momento de renovação interior, seja na nossa relação com Deus: pela Oração; conosco mesmo: pelo Jejum; com o próximo: pela Esmola.

No Brasil, já é tradição, iniciarmos a quaresma abrindo a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de aprofundar um tema social que seja de interesse não só da igreja, mas de toda a sociedade brasileira. O tema desse ano, 2013, é “Fraternidade e Juventude”. E o lema que acompanha é a resposta que o profeta Isaías dá ao convite de Deus: “Eis-me aqui, envia-me!”

O que levou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a eleger a juventude como tema dessa Campanha da Fraternidade, foi o grande acontecimento da Jornada Mundial da Juventude, que neste ano vai realizar-se no Rio de Janeiro, no final de julho. Se já era grande a expectativa pela vinda do Papa, agora vai ser ainda maior pela oportunidade de ver de perto e ouvir o novo Papa que será eleito até fins de março.

Outro motivo de celebração jubilosa é o fato de a própria Campanha da Fraternidade estar completando o seu cinquentenário de fundação. Uma campanha de evangelização e desenvolvimento social que tem reconhecimento mundial. São raros os países que tem uma iniciativa de tal magnitude e abrangência. Os resultados desta ousadia da Igreja Católica no Brasil são difíceis de mensurar, mas são inúmeros e abrangentes.

Segundo Pe. Luiz Carlos Dias, secretário executivo da CF, um dos papéis desta campanha é ser um “elo entre a igreja, os fiéis e a sociedade. A CF é a igreja a serviço da sociedade, é uma evangelização que ultrapassa as fronteiras da Igreja e, dessa forma, a igreja cumpre a sua missão, que é evangelizar de uma forma bem ampla”.

A história da fundação da CF teve inicio quando três padres responsáveis pela Caritas Brasileira, em 1961, idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e troná-la autônoma financeiramente. Foi realizada pela primeira vez na Quaresma de 1962, em Natal, com adesão de três dioceses. No ano seguinte, 19 dioceses do nordeste realizaram a campanha. Em 1964 a CNBB a assumiu para todo o país.

Esta campanha desde o seu nascedouro, mostrou que seria um importante instrumento para uma vivência intensa da quaresma, pois foi capaz de fazer convergir as orações e reflexões para gestos concretos de conversão e transformação da realidade, em vista do mistério Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Juventude já foi tema da CF de 1992. Volta agora com um novo vigor, com o objetivo de olhar a realidade juvenil, compreender a riqueza de suas diversidades, potencialidades e propostas, como também os desafios que provocam atitudes e auxílios aos jovens e adultos.

O objetivo geral da Campanha é, como explica Dom Eduardo, acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para o seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna, fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.

Como objetivos específicos, a CF pretende propiciar aos jovens um encontro pessoal com Jesus Cristo a fim de continuar sua vocação de discípulos missionários e para a elaboração do seu projeto pessoal de vida. Possibilitar aos jovens uma participação ativa na comunidade eclesial, que seja apoio e sustento em sua caminhada. Sensibilizar os jovens para serem agentes transformadores da sociedade, protagonistas da civilização do amor e do bem comum.

 Ao retomar o tema juventude na CF, a Igreja do Brasil, expressa mais uma vez o desejo de concretizar a opção preferencial pelos jovens, com vistas a sua missão evangelizadora no continente, assumida pela Igreja da América Latina e Caribe na Conferencia de Puebla, em 1979 e reafirmada em Aparecida.

 O momento é bom e oportuno para abrirmos espaço aos jovens, chamá-los a participarem na construção de comunidades cristãs solidas e vivas.

 Jovem, a tua hora é agora! Contamos com tua criatividade e agilidade na compreensão da nova época, bem como da tua disponibilidade: “Eis-me, aqui, envia-me!”

 Dom Jaime Pedro Kohl

Bispo de Osório
 

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